Sobre nascer, renascer, conectar-se e deixar fluir!
Antes de falar exatamente da fotografia, quero compartilhar o carinho de Deus comigo em estar ao lado dessa família no nascimento do Bento. Eu sempre desejei fotografar partos. Tinha isso dentro de mim há alguns anos mas ao mesmo tempo não me sentia pronta precisava trabalhar o medo e outras questões sobre mim e o nascimento dos meus filhos antes de me permitir viver isso. Ao entrar o ano de 2018 decidi que seria o MEU ano, o ano de conquistar, de crescer, superar e fazer mais do que sonhar. Assim tenho me buscado mais, tenho caminhado em um processo de autoconhecimento, de descobertas, conexão comigo, com Deus, com a natureza e com a força que existe dentro de mim como mulher, como mãe e profissional. Desde que tomei esta decisão, mulheres incríveis têm chegado até minha vida e e tenho vivido maravilhas que não caberiam nestas linhas pra contar a vocês. Portanto, vou me ater ao dia em que fotografei o parto da Andressa, o meu primeiro parto como fotógrafa de nascimentos (depois de 5 anos como fotógrafa de casamentos).
Duas semanas antes do nascimento do Bento, eu disse ao Du: estou pronta, quero fotografar partos. Ele sorriu e me apoiou, disse que tudo já estava dentro de mim era só deixar fluir. Eu comecei e a pensar nas amigas que eu tinha grávida e que, deixariam que eu fosse fotografar seus partos como uma primeira experiência, até que eu me sentisse segura pra ir fotografar sozinha. Mas os propósitos de Deus eram bem diferentes dos meus. No dia que a Andressa já estava em trabalho de parto o Du estava ministrando um Curso de Fotografia e ele não poderia sair no meio da aula. A Natália – enfermeira obstétrica – nos avisou que a Andressa já estava com 6 cm de dilatação e eu falei pro Du: vou pra lá e depois que terminar o curso você vai. E ele prontamente disse: vai sim, vamos nos falando. Peguei minha mochila e fui tranquila, calma, serena. Cheguei silenciosa e discreta. A Andressa estava no chuveiro, sentada na bola, sob os cuidados da sua doula e uma senhora que fazia harmonização. Eu conversei com a mãe dela, com algumas pessoas da equipe e me posicionei, iniciei o meu trabalho. Eu sabia que meu lado mãe e minha sensibilidade aguçada iriam se misturar à Gi Fotógrafa, que há alguns anos está envolvida com esta força que permeia o nascer. E sim, foi assim que aconteceu, mas de um maneira muito mais intensa e energizante do que eu era capaz de imaginar. Me emocionei diversas vezes, entre cliques e lágrimas eu me misturei e acredito que por isso as fotos ficaram tão sensacionais. Eu estava lá totalmente e completamente, com todo o meu ser, meus pensamentos, minha atenção plena, meus sentimentos e minha força feminina também. Eu sabia como aquela mulher estava sentindo, eu entendia a dor dela e cada lágrima que rolava. Eu acreditava de verdade em tudo isso e me sentia grata por estar ali. Cada detalhe, parecia ser um toque de Deus a me dizer: sim, este é seu lugar. Ao fundo, havia uma playlist muito, mas muito especial: eram músicas católicas que nortearam minha vida toda e senti o tempo todo a presença doce e forte da Virgem Maria. Além das músicas, havia uma energia, uma corrente de oração, onde cada familiar tinha em mãos o seu terço e oravam confiantes na Providência Santíssima e na escolha feita por esta mulher em trazer o seu filho ao mundo de forma natural. Haviam muitas mulheres, muitas mãos, muita força feminina, muito respeito, amor, carinho e muita atenção às necessidades dela. Vi uma família unida, uma equipe amorosa, calma, paciente e respeitosa e uma mulher forte, empoderada e decidida. Foi lindo, foi intenso, visceral, surreal e da melhor forma possível.
O Bento nasceu, forte, saudável e foi direto pro colo da mamãe, cercado de amor e orações. Nasceu a família da Andressa, do Evandro e do Bento e renasceu em mim muitas coisas que estavam adormecidas e guardadas. Eu me reconectei com minha fé e deixei fluir em mim essa força que já existe e que vem como confirmação de que sim: estou pronta para fotografar partos.
Deus é bom! Só posso agradecer por ter vivenciado esta experiência.
Obrigada Andressa por esta permissão. Obrigada também a sua família que me acolheu. Obrigada Equipe Feminili por esta parceria, eu já gostava de vocês e agora então, respeito ainda mais. Obrigada às enfermeiras maravilhosas do Hospital Maringá, vocês são especiais e sabem a importância da fotografia neste momento tão único.
Cada vez mais me apaixono por essa missão que a fotografia têm de contar as histórias das famílias. Eu gostaria de ter fotos assim do meu nascimento e ver nos olhos da minha mãe como ela estava naquela momento. É fantástico, é memória viva.
Gratidão!
Um abraço, Gi Olliotti
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